A Biblia Sagrada, Contendo o Velho e o Novo Testamento

EZEQUIEL.

A primeira visão dos cherubins.

Antes de Christo 595

1 E aconteceu que aos trinta annos, no quarto mez, no dia quinto do mez, estando eu no meio dos captivos, [1] junto ao rio Chebar, se abriram os céus, [2] e eu vi visões de Deus.

2 No quinto dia do mez (que foi no quinto anno do captiveiro do [3] rei Joachim),

3 Veiu expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos chaldeos, junto ao rio de Chebar, [4] e ali esteve sobre elle a mão do Senhor.

4 Então vi, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, [5] uma grande nuvem, e um fogo revolvendo-se n’ella, e um resplandor ao redor d’ella, e no meio d’ella havia uma coisa como de côr de ambar, que sahia do meio do fogo.

5 E do meio [6] d’ella sahia a similhança de quatro [AAE] animaes; [7] e esta era a sua apparencia: Tinham a similhança de homens.

6 E cada um tinha quatro rostos, como tambem cada um d’elles quatro azas.

7 E os seus pés eram pés direitos; e as plantas dos seus pés como a planta do pé d’uma bezerra, [8] e luziam como a côr de cobre abrazado.

8 E tinham mãos [9] de homem debaixo das suas azas, aos quatro lados; e assim todos quatro tinham seus rostos e suas azas.

9 Uniam-se as [10] suas azas uma á outra: não se viravam quando iam, e cada qual andava diante do seu rosto.

10 E a similhança [11] dos seus rostos era como o rosto de homem; e á mão direita todos os quatro tinham rosto de leão, e á mão esquerda todos os quatro tinham rosto de boi; e rosto de aguia todos os quatro.

11 E os seus rostos e as suas azas estavam divididas por cima: cada qual tinha duas azas juntas uma á outra, [12] e duas cobriam os corpos d’elles.

12 E cada qual andava [13] diante do seu rosto; para onde o espirito havia de ir, iam; [14] não se viravam quando andavam.

13 E, quanto á similhança dos animaes, o seu parecer era como de brazas de fogo ardentes, [15] como uma apparencia d’alampadas: o fogo corria por entre os animaes, e o fogo resplandecia, e do fogo sahiam [AAF] relampagos;

14 E os animaes corriam, [16] e tornavam, á similhança dos relampagos.

15 E vi os animaes: [17] e eis aqui uma roda na terra junto aos animaes, para cada um dos seus quatro rostos.

16 O aspecto [18] das rodas, e a obra d’ellas, era como côr de [AAG] turqueza; e as quatro tinham uma mesma similhança: e o seu aspecto, e a sua obra, era como se estivera uma roda no meio de outra roda.

17 Andando ellas, andavam pelos quatro lados [19] d’elles; não se viravam quando andavam.

18 E as suas [AAH] costas eram tão altas, que mettiam medo; e estas quatro tinham as suas costas cheias [20] de olhos ao redor.

19 E, andando [21] os animaes, andavam as rodas ao pé d’elles; e, elevando-se os animaes da terra, elevavam-se tambem as rodas.

20 Para onde [22] o espirito havia de ir, iam; para lá havia o espirito de ir; e as rodas se elevavam defronte d’elles, porque [23] o espirito de vida estava nas rodas.

21 Andando [24] elles, andavam ellas, e, parando elles, paravam ellas, e, elevando-se elles da terra, elevavam-se tambem as rodas defronte d’elles; porque o espirito dos animaes estava nas rodas.

22 E sobre as cabeças dos animaes havia [25] uma similhança de firmamento, como um aspecto de [AAI] crystal terrivel, estendido por cima, sobre as suas cabeças.

23 E debaixo do firmamento estavam as suas azas direitas uma para a outra: cada um tinha duas, que lhe cobriam o corpo de uma banda; e cada um tinha outras duas, que os cobriam da outra banda.

24 E, andando elles, [26] ouvi o ruido das suas azas, [27] com o ruido de muitas aguas, como a voz do Omnipotente, a voz d’um estrondo, como o estrepito de um exercito: parando elles, abaixavam as suas azas.

25 E ouviu-se uma voz por cima do firmamento, que ficava por cima das suas cabeças: parando elles, abaixavam as suas azas.

26 E por cima [28] do firmamento, que ficava por cima das suas cabeças, havia uma similhança de throno, como d’uma saphira; [29] e sobre a similhança do throno uma similhança ao aspecto d’um homem, que estava por cima, sobre elle.

27 E vi [30] como a côr de ambar, como o aspecto do fogo pelo interior d’elle, desde o aspecto dos seus lombos, e d’ahi para cima; e, desde o aspecto dos seus lombos e d’ahi para baixo, vi como a similhança do fogo, e um resplandor ao redor d’elle.

28 Como [31] o aspecto do arco que apparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplandor em redor: [32] este era o aspecto da similhança da gloria do Senhor: e, vendo-a eu, cahi sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem fallava.

[1] ver. 3. cap. 3.15, 23 e 10.15, 20, 22 e 43.3.

[2] Mat. 3.16. Act. 7.56 e 10.11. Apo. 19.11. cap. 8.3.

[3] II Reis 24.12, 15.

[4] I Reis 18.46. II Reis 3.15. cap. 3.14, 22 e 8.1 e 40.1.

[5] Jer. 23.19 e 25.32. Jer. 1.14 e 4.6 e 6.1.

[6] Apo. 4.6, etc.

[7] cap. 10.8, etc. ver. 10. cap. 10.14, 21.

[8] Apo. 1.15.

[9] cap. 10.8, 21.

[10] ver. 11, 12. cap. 10.11.

[11] Apo. 4.7.

[12] Isa. 6.2.

[13] ver. 9, 20.

[14] ver. 9, 17.

[15] Apo. 4.5.

[16] Mat. 24.27.

[17] cap. 10.9.

[18] cap. 10.9, 10. Dan. 10.6.

[19] ver. 1, 2.

[20] cap. 10.12. Zac. 4.10.

[21] cap. 10.16, 17.

[22] ver. 12.

[23] cap. 10.17.

[24] ver. 19, 20. cap. 10.17.

[25] cap. 10.1.

[26] cap. 10.5.

[27] cap. 43.2. Dan. 10.6. Apo. 1.15. Job 37.4, 5.

[28] cap. 10.1.

[29] Exo. 24.10.

[30] cap. 8.2.

[31] Apo. 4.3 e 10.1.

[32] cap. 3.23 e 8.4.