A Biblia Sagrada, Contendo o Velho e o Novo Testamento

Os inimigos do povo de Deus serão destruidos: Jerusalem será restaurada á sua gloria e felicidade.

33 Ai de ti [1] desolador, que não foste desolado, e que obras perfidamente contra os que não obraram perfidamente contra ti! acabando tu de desolar, serás desolado: e, acabando tu de tratar perfidamente, se tratará perfidamente contra ti.

2 Senhor, tem misericordia de nós, [2] por ti temos esperado: sê tu o seu braço nas madrugadas, como tambem a nossa salvação no tempo da tribulação.

3 Á voz do arroido fugirão os povos: á tua exaltação as gentes serão dispersas.

4 Então ajuntar-se-ha o vosso despojo como se apanha o pulgão: como os gafanhotos saltam, ali saltará.

5 O Senhor está exalçado, pois habita nas alturas: encheu a Sião de juizo e justiça.

6 E será que a firmeza dos teus tempos, e a força das tuas salvações, será a sabedoria e a sciencia: e o temor do Senhor será o seu thesouro.

7 Eis-que os seus embaixadores estão clamando de fóra; e os mensageiros de paz estão chorando amargamente.

8 As estradas estão desoladas, [3] cessam os que passam pelas veredas: desfaz a alliança, despreza as cidades, e a homem nenhum estima.

9 A terra geme e pranteia, o Libano se envergonha e se murcha; Saron se tornou como um deserto; e Basan e Carmelo foram sacudidos.

10 Agora pois me levantarei, diz o Senhor: agora serei exaltado, agora serei posto em alto.

11 Concebestes [4] palha, parireis pragana: e o vosso espirito vos devorará como fogo.

12 E os povos serão como os incendios de cal: [5] como espinhos cortados arderão no fogo.

13 Ouvi, [6] vós os que estaes longe, o que tenho feito: e vós, que estaes visinhos, conhecei o meu poder.

14 Os peccadores de Sião se assombraram, o tremor surprehendeu os hypocritas. Quem d’entre nós habitará com o fogo consumidor? quem d’entre nós habitará com as labaredas eternas?

15 O que [7] anda em justiça, e o que falla equidades; o que arremessa para longe de si o ganho de oppressões; o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir ácerca de sangue [8] e fecha os seus olhos para não ver o mal,

16 Este habitará nas alturas, as fortalezas das rochas serão o seu alto refugio, o seu pão se lhe dá, as suas aguas são certas.

17 Os teus olhos verão o Rei na sua formosura, e verão a terra que está longe.

18 O teu coração considerará o assombro, dizendo: [9] Onde o escrivão, onde o [WE] pagador? onde o que conta as torres?

19 Não verás [10] mais aquelle povo espantavel, povo de falla tão profunda, que não se pode perceber e de lingua tão estranha que não se pode entender.

20 Olha [11] para Sião, a cidade das nossas solemnidades: os teus olhos verão a Jerusalem, habitação quieta, tenda que não será derribada, [12] cujas estacas nunca serão arrancadas, e de cujas cordas nenhuma se quebrará.

21 Mas o Senhor ali nos será grandioso, logar de rios e correntes largas será: barco nenhum de remo passará por elles, nem navio grande navegará por elles.

22 Porque o Senhor é o nosso Juiz: O Senhor é o nosso Legislador: [13] O Senhor é o nosso Rei, elle nos salvará.

23 As tuas cordas se affrouxaram: não poderam ter firme o seu mastro, e vela não estenderam: então a preza d’abundantes despojos se repartirá; e até os côxos roubarão a preza.

24 E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar n’ella será absolto d’iniquidade.

[1] Hab. 2.8. Apo. 13.10.

[2] cap. 25.9.

[3] Jui. 5.6. II Reis 18.14, 15, 16, 17.

[4] cap. 59.4.

[5] cap. 9.18.

[6] cap. 49.1.

[7] Psa. 15.2.

[8] Psa. 119.37.

[9] I Cor. 1.20.

[10] Deu. 28.49, 50. Jer. 5.13.

[11] Psa. 48.13.

[12] cap. 54.2.

[13] Thi. 4.12.