A Biblia Sagrada, Contendo o Velho e o Novo Testamento

4 Se te converteres, ó Israel, diz o Senhor, [1] volta para mim: e, se tirares as tuas abominações de diante de mim, não andarás mais vagueando,

2 E jurarás: [2] Vive o Senhor na verdade, no juizo e na justiça; e n’elle se bemdirão as gentes, e n’elle se gloriarão.

3 Porque assim diz o Senhor aos homens de Judah e a Jerusalem: [3] Lavrae para vós o campo de lavoura, e não semeeis entre espinhos.

4 Circumcidae-vos [4] ao Senhor, e tirae os prepucios do vosso coração, ó homens de Judah e habitadores de Jerusalem, para que a minha indignação não venha a sair como fogo, e arda, e não haja quem a apague, por causa da malicia das vossas obras.

A invasão estrangeira annunciada e descripta.

5 Annunciae em Judah, e fazei ouvir em Jerusalem, e dizei, e tocae a trombeta na terra, gritae em alta voz, e dizei: Ajuntae-vos, [5] e entremos nas cidades fortes.

6 Arvorae a bandeira para Sião, retirae-vos em tropas, não estejaes parados; porque eu trago um mal do norte, e [YU] um grande quebrantamento.

7 um leão subiu [6] da sua ramada, e um destruidor das nações; elle já partiu, e saiu do seu logar para fazer da tua terra uma desolação; que as tuas cidades sejam destruidas, e ninguem habite n’ellas.

8 Por isto cingi-vos [7] de saccos, lamentae, e uivae; porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.

9 E succederá n’aquelle tempo, diz o Senhor, que se desfará o coração do rei e o coração dos principes; e os sacerdotes pasmarão, e os prophetas se maravilharão.

10 Então disse eu: Ah Senhor Jehovah! [8] verdadeiramente enganaste grandemente a este povo e a Jerusalem, dizendo: Tereis paz; e chegas-lhes a espada até á alma.

11 N’aquelle tempo se dirá a este povo e a Jerusalem: [9] Um vento secco das alturas do deserto veiu ao caminho da filha do meu povo; não para padejar, nem para alimpar;

12 [YV] Mas um vento me virá a mim, que lhes será mais vehemente: [10] agora tambem eu pronunciarei juizos contra elles.

13 Eis que virá subindo como nuvens [11] e os seus carros como a tormenta; os seus cavallos serão mais ligeiros do que as aguias; ai de nós! que somos assolados!

14 Lava [12] o teu coração da malicia, ó Jerusalem, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os pensamentos da tua vaidade?

15 Porque uma voz annuncia desde Dan, e faz ouvir a calamidade desde o monte de Ephraim.

16 D’isto fazei menção ás nações; eis aqui fazei-o ouvir contra Jerusalem; que vigias veem de uma terra remota, e levantarão a sua voz contra as cidades de Judah.

17 Como as guardas de um campo, estão contra ella ao redor; porquanto ella se rebellou contra mim, diz o Senhor.

18 O teu caminho [13] e as tuas obras te fizeram estas coisas: esta é a tua malicia, que tão amargosa é que te chega até ao coração.

19 Ah entranhas [14] minhas, entranhas minhas! estou com dôres [YW] no meu coração! ruge em mim o meu coração, não me posso calar; porque tu, ó alma minha, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra.

20 [YX] Quebranto sobre quebranto [15] se apregoa: porque toda a terra está destruida: de repente foram destruidas as minhas tendas, e as minhas cortinas n’um momento.

21 Até quando verei a bandeira, e ouvirei a voz da trombeta?

22 Devéras o meu povo está louco, a mim me não conhecem; são filhos [YY] nescios, e não entendidos: [16] sabios são para mal fazer, mas para bem fazer nada sabem.

23 Vi [17] a terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz.

24 Vi [18] os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam.

25 Vi, e eis que homem [19] nenhum havia; e todas as aves do céu eram fugidas.

26 Vi, e eis que a terra fertil era um deserto; e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira.

27 Porque assim diz o Senhor: Toda esta terra [20] será assolada: de todo, porém, a não consumirei.

28 Por isto lamentará [21] a terra, e os céus em cima se ennegrecerão; porquanto assim o disse, assim o propuz, e não me arrependi [22] nem me desviarei d’isso.

29 Do clamor dos cavalleiros e dos frecheiros fugiram todas as cidades; entraram pelas [YZ] nuvens, e treparam pelos penhascos: todas as cidades ficaram desamparadas, e ninguem habita n’ellas.

30 Agora, pois, que farás, ó assolada? ainda que te vistas de carmezim, ainda que te enfeites de enfeites de oiro, [23] ainda que te pintes em volta dos teus olhos com o antimonio, debalde te enfeitarias: os amantes te desprezam, e a vida te procurarão tirar.

31 Porquanto ouço uma voz, como de uma que está de parto, uma angustia como da que está com dôres de parto do primeiro filho; a voz da filha de Sião, offegante, que [24] estende as suas mãos, dizendo: Oh! ai de mim agora, porque a minha alma desmaia por causa dos matadores.

[1] cap. 3.1, 22. Joel 2.12.

[2] Deu. 10.20. Isa. 45.23 e 65.16. cap. 5.2. Isa. 48.1. Zac. 8.8. Gen. 22.18. Gal. 3.8.

[3] Ose. 10.12. Mat. 13.22.

[4] Deu. 10.16 e 30.6. cap. 9.26. Rom. 2.28, 29. Col. 2.11.

[5] cap. 8.14.

[6] cap. 5.6. Dan. 7.4. cap. 25.9.

[7] Isa. 22.12. cap. 6.26.

[8] Eze. 14.9. cap. 14.13.

[9] Eze. 17.10. Ose. 13.15.

[10] cap. 1.16.

[11] Isa. 5.28. Deu. 28.49. Lam. 4.19. Ose. 8.1. Hab. 1.8.

[12] Isa. 1.16. Thi. 4.8.

[13] Isa. 50.1. cap. 2.17, 19.

[14] Isa. 15.5 e 16.11 e 21.3 e 22.4. cap. 9.1, 10.

[15] Eze. 7.26. cap. 10.20.

[16] Rom. 16.19.

[17] Isa. 24.19. Gen. 1.2.

[18] Isa. 5.25. Eze. 38.20.

[19] Sof. 1.3.

[20] cap. 5.10, 18 e 30.11 e 46.28.

[21] Ose. 4.3. Isa. 5.30 e 50.3.

[22] Num. 23.19.

[23] II Reis 9.30. Eze. 23.40.

[24] Isa. 1.15. Lam. 1.7.