E
*Edelberga*, cidade aleman.
*Edimburgo*, cidade da Escócia.
*Éfeso*, cidade jónica. (Lat. Éphesus)
*Egades*, (gá) archipélago, junto da Sicília. (Lat. Aegátes)
*Eiriceira*,
Fórma ant. e, ainda hoje, pronúncia pop., de Ericeira, villa de Portugal.
} *Elburz*, (v. Serra-Cáspia)
*Emódio*, o mesmo que Himalaia. Cf. Lusíadas, XII, 17. (Lat. Emodus)
*Emodo*, o mesmo que Himalaia. Cf. Lusíadas, XII, 17. (Lat. Emodus)
*Enxobregas*,
Fórma antiga de Xabregas, antigo mosteiro de Lisbôa.
*Épheso*, cidade jónica. (Lat. Éphesus)
*Erythreu*,
Designação antiga do Oceano Índico.
(Lat. Erythraeus)
*Eritreu*,
Designação antiga do Oceano Índico.
(Lat. Erythraeus)
} *Erzgebirge*, (v. Hércina)
*Escalda*, (e não *Escaut*) rio da França, Bélgica e Holanda. (Fr. Escaut)
*Escandinávia*, (e não *Scandinávia*) península europeia, que compreende a Suécia e a Noruega. Cf. Lusíadas, III, 10.
} *Escaut*, (escô)
Nome francês do Escalda.
*Exobrega*,
Fórma antiga de Xabregas, antigo mosteiro de Lisbôa.
*Escócia*, grande região ao Norte da Gran-Bretanha.—Em português tem-se escrito Escóssia, de acôrdo com a orthogr. francesa. Entretanto, as tradições da nossa língua e a anályse do termo inglês, (Scotland), além da latinização Scotia, justificam a fórma Escócia.
*Escóssia*, (v. Escócia)
*Eslinga*, cidade austríaca.
*Espanha*,
Fórma exacta e etymológica, em vez de Hespanha. Cf. Inéd. da Hist.
Port., I, 352.
(Do b. lat. Spania)
*Espórades*, (e não *Spórades* e, ainda menos, *Spóradas*) grupo de ilhas do archipélago das Cýclades. (Lat. Spórades)
} *Essling*, (v. Eslinga)
*Estocolmo*,
Fórma preferível a Stockolmo.
*Estrasburgo*, cidade da Alsácia-Lorena.
*Estremôs*, Outra fórma de Extremôz. Cf. Madureira Feijó, Orthogr., p. 14, (2.^a ed.).
*Estremôz*, villa do Alentejo.—A fórma Estremôs, se pudesse justificar-se uma aventada etym. lat. extra muros, seria a preferível; mas o z final já apparece em documentos antigos. No Port. Monum. Hist., 679, lê-se Stremoz. (Talvez do mesmo t. ár., que originou tremoço, cast. altramuz)
*Estugarda*, cidade aleman. Cf. Vasc. Abreu, Contos da Índia.
*Eufrate*, o mesmo que Euphrates. Cf. Filinto, Vida de D. Man., III. p. 84.
*Eufrates*, rio da Ásia.
*Euphrates*, rio da Ásia.
*Euxino*, (csi) designação antiga do Mar-Negro.
F
*Faial*, uma das ilhas dos Açôres.—A orthogr. Fayal representa uma tradição insustentável: hoje não se escreve, nem se deve escrever, faya. Fayal está no mesmo caso.
} *Fartak*, (v. Fartaque)
*Fartaque*, cidade e pôrto da Arábia. Cf. Lusíadas, X, 100; Barros, Déc., etc. (Em livros modernos, estrangeiros e nossos, Fartak)
*Fayal*, (v. Faial, que é a orthogr. correcta).
*Filipinas*, archipélago da Oceânia. Philippinas é fórma desusada e pretensiosa, como é Philippe, em vez de Filippe ou Filipe ou Felipe, visto que o grupo ph só é mantido, e ainda mal, em termos eruditos.
*Filippinas*, archipélago da Oceânia. Philippinas é fórma desusada e pretensiosa, como é Philippe, em vez de Filippe ou Filipe ou Felipe, visto que o grupo ph só é mantido, e ainda mal, em termos eruditos.
*Finisterra*, cabo occidental da Espanha, conhecido dantes por Artabro. (Cp. Artabro)
*Flandes*, o mesmo que Flandres. Cf. D. Franc. Manuel, Carta de Guia, 101.
*Flandres*, antigo condado, que comprehende hoje duas províncias da Bélgica. (Cp. Frandes)
*Florída*, península da América do Norte.—Entre nós, chamam-lhe geralmente Flórida, o que é êrro. Florída lhe chamou o descobridor espanhol, e Florída dizem os Espanhóes, e assim devemos dizer.
*Fóia*, (e não Foya, como se usa) localidade ou parte da serra de Monchique.—Hoje, o y, em palavras portuguesas, só póde têr por pretexto a origem grega. Fóia não é voc. grego.
*Fortunadas*,
Designação antiga das ilhas Canárias. Cf. Lusíadas, V, 8.
*Frandes*, o mesmo que Flandres. Cf. Lusíadas, VI, 56.
G
*Gadrafu*,
Outra fórma de Guardafui, que se vê em Barros, Déc. I, liv. V, cap. 9.
* *Gálatas*, antigo povo da Ásia-Menór. (Lat. galatae)
*Galícia*, parte da monarchia austríaca.
*Galiza*, grande região a Noroéste da península hispânica.
*Galliza*, grande região a Noroéste da península hispânica.
*Garonna*, (e não *Garonne*) rio da França. (Fr. Garonne)
*Garumna*,
Nome antigo do Garonna. Cf. Lusíadas, III, 16.
*Gasconha*, (v. Gascunha)
*Gascunha*, região da França, limitada pela Espanha, Atlântico, etc.—Á francesa, chamam-lhe Gasconha.
*Gedrosía*, região do Balochistão. Cf. Lusíadas, IV, 65. (Em livros de hoje, Mekran)
*Genebra*, cidade da Suíça. (Lat. Geneva)
} *Gênes*, Nome francês de Gênova, insensatamente usado ás vezes em escritos portugueses.
} *Genève*,
Fórma francesa de Genebra.
*Gênova*, cidade da Itália. (Lat. Genua)
*Germânia*,
Designação antiga da Alemanha.
(Lat. Germania)
*Gerum*, outro nome de Hormuz. Cf. Lusíadas, X, 41.
*Gibraltár*, praça forte, pertencente aos Ingleses, situada ao sul da Andaluzia. Estreito, que liga o Atlântico ao Mediterrâneo.—A pronúncia Gibráltar, até hoje muito em voga nas escolas, é inglesada. A formação da palavra, cujo segundo elemento, Tarik, tem a longo, e a própria pronúncia dos Espanhóes justificam Gibraltár.
*Gidá*, pôrto da Arábia, junto a Meca. Cf. Lusíadas, IX, 3. (Nome estranho ao português, Djeddah)
*Goiás*, região do Brasil.—A fórma Goyaz é usada, mas injustificável.
*Goiaz*, região do Brasil.—A fórma Goyaz é usada, mas injustificável.
*Golegã*, villa do districto de Santarém.
*Golegan*, villa do districto de Santarém.
*Goleta*, (lê) cidade de Tunes.
} *Goulette*, (v. Goleta)
*Gouvéa*, villa da Beira-Baixa.
*Gouveia*, villa da Beira-Baixa.
*Goyaz*, (v. Goiaz)
*Grândola*, villa de Portugal.
*Granobra*, cidade francesa. Cf. R. Pina, Aff. V, c. CXCVII.
} *Grenoble*, (v. Granobra)
*Guadalquivir*, rio da Andaluzia, conhecido dantes por Bétis. Cf. Lusíadas, III, 19.
*Guardafui*, cabo na costa Oriental da África. Barros, Déc. I, liv. VII, cap. 2, diz Guardafu.
*Guiana*, região da América meridional.—Guyana é fórma injustificável.
*Guimarães*, cidade do Minho. Há mais duas fórmas: Guimaraens, usada por Camillo e outros, e Guimarãis, usada por alguns escritores partidários da simplificação orthográphica.
*Guipúscoa*, província espanhola.
*Guipúzcoa*, província espanhola.
*Guyana*, (v. Guiana)
*Guzarate*, o mesmo ou melhór que Guzerate. Cf. Not. para a Hist. e Geogr., II, p. 267.
*Guzerate*, península da Ásia.
H
} *Hainan*,
Nome francês de Ainão.
(V. Ainão)
} *Heidelberg*, (v. Edelberga)
*Hélade*,
Nome, com que se designava quási toda a parte continental da Grécia, isto
é, a Áttica, Beócia, Etólia, Acarnania, etc.
(Lat. Hellas)
*Helesponto*,
Designação antiga do canal dos Dardanelos.
*Héllada*, o mesmo que Héllade. (Lat. Hellada)
*Héllade*,
Nome, com que se designava quási toda a parte continental da Grécia, isto
é, a Áttica, Beócia, Etólia, Acarnania, etc.
(Lat. Hellas)
*Hellesponto*,
Designação antiga do canal dos Dardanelos.
*Hemo*, montanha, conhecida hoje geralmente por Balcans. Cf. Lusíadas, III, 12.
*Hércina*, cordilheira entre a Saxónia e a Bohêmia, a que os Alemães e alguns dos nossos livros modernos chamam Erzgebirge. Cf. Lusíadas, III, 11.
*Hérmo*, rio da Turquia Asiática, indicado em livros nossos, modernos, com o nome estrangeiro de Sarabat. Cf. Lusíadas, VII, 11. (Lat. Hermus)
*Hespanha*, Modernamente, fórma usual, mas a mais injustificável das que designam a nação comprehendida com Portugal na península ibérica. Em língua nenhuma se designa essa nação por palavra que comece por he: lat. Hispania, b. lat. Spanía, ingl. Spanish, fr. Espagne, cast. España… (V. Hispanha e Espanha)
*Hespérides*,
Designação poética das ilhas de Cabo-Verde. Cf. Lusíadas, V, 8.
*Hidaspes*, um dos affluentes do Indo. (Em livros de hoje, Djelum)
*Himalaia*, (e não *Himalaya*) grande cadeia de montanhas da Ásia central, talvez a mais alta do globo.
*Hímera*, (e não *Himéra*) antiga cidade da Sicília. (Lat. Himera)
*Hispanha*, É fórma preferível a Hespanha, porque representa a or. latina, Hispania. Entretanto, a palavra veio directamente do b. lat. Spania, que deu o cast. España, o fr. Espagne, o port. Espanha; e portanto Espanha é ainda preferível a Hispanha.
*Hormuz*, ilha, e cidade, á entrada do Gôlfo-Pérsico. Cf. David Lopes, Mist. dos Port. no Malabar, 72—Alguns escrevem Ormuz.
*Hurão*, grande lago da América do Norte, a que os nossos mappas e geógraphos chamam Huron.
*Huron*,
Fórma estranha de Hurão.
*Hydaspes*, um dos affluentes do Indo. (Em livros de hoje, Djelum)
I
*Ibéro*,
Designação antiga e alatinada do rio Ebro. Cf. Lusíadas, III, 60.
(Lat. Ibérus)
*Ida*, montanha de Creta, que em mappas modernos figura com o nome de Kas-Dagh. (Lat. Ida)
*Ílhavo*, villa de Portugal.
*Ílio*, (v. Tróia)
*Iocoama*, cidade japonesa.
} *Ispahan*, (v. Ispahão)
*Ispahão*, cidade da Pérsia.
*Istro*,
Designação clássica do rio Danúbio. Cf. Lusíadas, III, 12.
(Lat. Istrum)
*Ítaca*, ilha grega, que em mappas se representa hoje por Theáki. (Lat. Íthaca)
*Íthaca*, ilha grega, que em mappas se representa hoje por Theáki. (Lat. Íthaca)
*Iücatão*, península da América central e um dos Estados da confederação mexicana.—Yucatan dizem as nossas modernas cartas geográphicas.
J
*Jalof*, região da Senegâmbia, que em livros modernos se chama Yolof. Cf. Lusíadas, V, 10; Barros, Déc., etc.
*Jalofo*, região da Senegâmbia, que em livros modernos se chama Yolof. Cf. Lusíadas, V, 10; Barros, Déc., etc.
*Jáoa*,
Fórma antiga de Java. Cf. Filinto, Vida de D. Man., II,
255.—Pronunciava-se Jáoa==Jaua (v. Jáua), mas os editores de
Barros, (Déc. III, liv. III, cap. 7), accentuaram Jaóa.
*Jânina*, (e não *Janína*) cidade da Albânia.
*Jaquete*, ilha ao norte de Guzarate, representada hoje nos mappas por Cutch. Cf. Lusíadas, X, 106; Barros, Déc., etc.
*Jasque*, cabo da Carmânia. Cf. Lusíadas, X, 105. (Em livros modernos, Djask)
*Jáua*,
Outra fórma antiga de Java. Cf. Not. para a Hist. e Geogr., II, p. 375.
*Java*, uma das ilhas da Sunda.
*Jerumenha*, (e não *Juromenha*) antiga villa alentejana. Cf. Chancellaria de Filippe I, Doações, liv. XI, fol. 152, (na Tôrre do Tombo).
*Juromenha*,
Fórma usada hoje, mas inexacta, em vez de Jerumenha.
(V. Jerumenha)
K
*K*, Esta letra não se escreve em nomes portugueses, mas só naquelles que, sendo estrangeiros, ainda não foram aportuguesados, como Kentucky, Kessel, Königstein, Kyrpoy, etc.
*Kabul*, (v. Cabul)
} *Kallat*, (v. Calaiate)
*Kamtchatka*, (v. Camchatca)
*Kandahar*, (v. _Candar).
} *Karnak*, (v. Carnac)
} *Karthoum*, (v. Cartum)
} *Kas-Dagh*, (v. Ida)
} *Kedah*, (v. Quedá)
} *Kerman*, (v. Carmânia)
} *Khorassan*, (v. Coraçan)
} *Königsberg*, (v. Conisberga)
L
*Ládoga*, lago da Rússia.—A pronúncia usual Ladóga é errónea.
} *Lancaster*, (v. Alencastro)
} *Languedoc*, (v. Linguedoque)
*Lápia*, f. O mesmo que Lapónia. Cf. Lusíadas, III, 10.
*Lapónia*, região setentrional da Escandinávia. (Cp. Lápia)
} *Lar*, (v. Lara)
*Lara*, cidade da Pérsia. Cf. Lusíadas, X, 104. (Em livros nossos de geographia, vemos Lar)
*Leão*, cidade e antigo reino christão da Espanha. (Cast. León)
} *Leipzig*, (v. Lípsia)
} *Leipsick*, (v. Lípsia)
*Léquias*, ilhas do mar da China.
*Leuctras*, lugar onde, na Beócia, o thebano Epaminondas derrotou os Espartanos. (Lat. Leuctra e Leuctrae)
} *Leuctres*,
Fórma francesa, perfilhada por alguns entre nós, em vez de Leuctras.
} *Lieu-Rieu*, (v. Léquias)
*Linguedoque*, região francesa.
*Liorne*, cidade italiana. Cf. R. Pina, Aff. V, c. CXXXII.
*Lípara*, ilha do Mar Tyrrheno. (Lat. Lípara)
*Lípari*, ilha do Mar Tyrrheno. (Lat. Lípara)
*Lípsia*, cidade aleman, no reino de Saxe, designada no estrangeiro, e até entre nós, por Leipsick ou Leipzig.
*Lisbôa*, cidade capital de Portugal. Fórma antiga, Lixboa. Cf. Inéd. da Hist. Port., I, 585.
} *Livorno*,
Nome italiano de Liorne.
(V. Liorne)
*Lousã*, villa de Portugal. Cf. Inéd. da Hist. Port., I, 385.
*Lousan*, villa de Portugal. Cf. Inéd. da Hist. Port., I, 385.
} *Louvain*, (v. Lovaina)
*Louzã*, (v. Lousan)
*Lovaina*, cidade da Bélgica. (Fr. Louvain)
*Lovânia*,
Outra fórma de Lovaina, e preferível a esta. Cf. Rev. Instituto,
XLVIII, 61.
*Lovão*,
Fórma antiga de Lovaina e talvez preferível.
*Luca*, cidade da Itália.—Os francesistas só a conhecem por Lucques.
*Lucena*, cidade alleman. (B. lat. Lucena)
} *Lucques*,
Designação francesa de Luca.
} *Lutzen*, (v. Lucena)
M
*Macáçar*, (e não *Macassar*) antiga cidade da ilha de Celebrés. Cf. Barros, Déc. IV, liv. I, cap. 18.
*Macassar*, (v. Macáçar)
*Macau*, possessão portuguesa a léste da China.—A orthogr. Macao deve rejeitar-se. Cp. Manaus.
*Maçuá*, villa e pôrto da Abyssínia, a que os francesistas chamam Massuhá. Cf. Filinto, Vida de D. Man., III, 270; Not. para a Hist. e Geogr., II, 244; Barros, Déc. III. liv. X, cap. 1; Lusíadas, X, 22.
*Madagáscar*, (e não *Madagascár*) grande ilha do Oceano Índico, também conhecida por ilha de San-Lourenço.—A pronúncia, hoje usual, ainda é Madagascár; mas, que tal pronúncia é inexacta, provam-no os Lusíadas, (X, 137), porque se lêssemos Madagascár, o respectivo verso ficaria errado ou, pelo menos, defeituosissimo. Mas, dado que esta razão seja discutível, temos que o voc. é malaio e, nesta língua, não há, em regra, palavras oxýtonas; além de que, se a palavra fôsse realmente oxýtona ou aguda, os antigos dobrariam a última vogal, como fizeram em caa, see, atee etc., por cá, sé, até, etc., para preencher de alguma fórma a falta de accentos.
} *Madras*, (*Madrás*)
Nome francês de Madrasta, usado ás vezes por francesistas irresponsáveis.
*Madrasta*, cidade da Índia inglesa.
*Madril*, o mesmo que Madrid, capital da Espanha. Daqui o derivado madrileno. Loc. pop. Vai para os quintos de Madril. Cf. R. Pina, Aff. V, c. CCXI.
*Magadoxo*, antigo reino da costa oriental da África.—Alguns escrevem Mogadoxo, e Barros Magadaxo. Qualquer destas duas fórmas parece inexacta, sendo talvez a de Barros uma adulteração typográphica, mas repetida.
*Maiçor*, Legítima e antiga designação portuguesa da cidade indiana, que os modernos geralmente só conhecem pelo nome francês de Maïssour ou pelo nome inglês de Mysore.
} *Maïssour*, (v. Maiçôr) (T. fr.)
*Malaca*, grande península da Ásia meridional. (Cp. Áurea-Chersoneso)
*Maluco*, Antiga designação genérica do archipélago, que hoje chamamos das Molucas. Se bem que os Ingleses só possuíram estas ilhas por cinco annos, é possível que o nome de Molucas seja corruptela inglesa do portuguesíssimo Maluco, como Sumatra o foi de Samatra ou Çamatra. Esta supposição é reforçada pelo facto de que M. Severim de Faria, no Índice das Décadas de Couto, ainda dá o nome de Malucas ás ilhas de Maluco. Cf. Lusíadas, IX, 14; Barros, Dec., (passim).
*Manaus*, ou *Manáos*, cidade do Brasil. A primeira fórma é preferível, pela desnecessidade ou inconveniência do ditongo ao.
*Manchester*, (Mânchester, não Manchéster) cidade inglesa.
*Manchúria*, região da Ásia Central.
} *Mandchourie*, (v. Manchúria)
*Mandovi*, rio da Índia Portuguesa.
*Mandovim*, o mesmo ou melhór que Mandovi. Cf. Peregrinação, XXV.
*Manjúria*, o mesmo ou melhór que Manchúria: «não é Mandchuria, mas sim Manjúria; aquelle dch está pelo dsch alemão, expediente de que se servem para expressar o valor de dj ou j». G. Viana, Apostilas, vb. russo.
*Manila*, (e não *Manilha*) cidade das Filippinas.
*Mar-do-Archipélago*, parte do Mediterrâneo, entre a Grécia, Turquia e Ásia-Menor. (Antigamente, Mar-Egeu)
*Mar-Egeu*, o mesmo que Mar-do-Archipélago.
*Marrakesch*,
Fórma bárbara, aventada recentemente, em vez de Marrocos, cidade.
(V. Marrocos)
*Marrocos*, nação da África setentrional. Nome da capital da mesma nação.
*Mar-Roxo*,
Designação antiga do Mar-Vermelho.
*Martiníca*, uma das pequenas Antilhas.
} *Martinique*,
(V. Martiníca)
*Mar-Vermelho*, mar entre a Arábia e o Egypto. Cp. Mar-Roxo.
} *Massouah*,
Nome francês de Maçuá.
*Mato-Grosso* (e não *Matto-Grosso*) região do Brasil.
*Matozinhos*, (e não *Mattosinhos* ou *Mattozinhos*) povoação nas vizinhanças do Pôrto.
*Mayença*,
Nome afrancesado de Mogúncia.
*Mecom*, rio da Indo-China. Cf. Lusíadas, X, 127. (Fórmas estranhas, Mekon, Mekong)
*Meioterrâneo*,
Fórma antiga de Mediterrâneo. Cf. Tenreiro, XXXI e LI.
} *Mei-Nan*, (v. Menão)
*Mejám-Frio*, nome antigo de Mesão-Frio.
} *Mekon*, (v. Mecom)
} *Mekong*, (v. Mecom)
} *Mekran*, (v. Gedrosía)
*Melilha*,
cidade e pôrto da África setentrional.
Chamam-lhe também Melilla, mas esta fórma é castelhana. Cf. Jornada de
África, XI.
} *Melilla*,
Fórma cast. de Melilha.
} *Menan*, (v. Menão)
*Menão*, rio de Sião. Cf. Lusíadas, X, 125.—Os estrangeiros e os Portugueses estrangeirados chamam-lhe Mei-Nan, Menan, etc.
*Mesão-Frio*, villa de Portugal.
} *Meuse*,
Nome francês do Mosa.
*Milas*, antiga cidade e pôrto, na costa setentrional da Sicília. (Lat. Mylae)
*Minturnas*, antiga cidade do Lácio. (Lat. Minturnae)
} *Minturnes*,
Fórma francesa, perfilhada em livros portugueses, em vez de Minturnas.
*Moçandão*, cabo da Arábia, á entrada do Gôlfo-Pérsico. Cf. Lusíadas, X, 102. (Nos mappas, Muscandon)
*Mogadoiro*, villa trasmontana.—Nos documentos antigos lê-se Mugadoyro. Cf. Portug. Mon. Hist., 725. «Pero Lourenço de Tavora, senhor de Mogadoiro…» João de Barros.
*Mogadouro*, villa trasmontana.—Nos documentos antigos lê-se Mugadoyro. Cf. Portug. Mon. Hist., 725. «Pero Lourenço de Tavora, senhor de Mogadouro…» João de Barros.
} *Moghostan*, (v. Mogostão)
*Mogostão*, região da Pérsia.
*Mogúncia*, cidade aleman.
*Molucas*, archipélago da Oceania, conhecido outrora por ilhas de Maluco. (Cp. Maluco)
*Mombaí*, ant. O mesmo que Bombaim.
*Mompilher*,
Nome português antigo de uma cidade francesa, Montpellier.
*Mónaco*, (e não *Monáco*) cidade e principado sôbre o Mediterrâneo.
*Monção*, villa do Minho.—A fórma antiga Monzon condemna claramente a fórma Monsão. Cf. Portug. Monum. Hist., 696; G. Vicente, Maria Parda. (De um lat. hypoth. Montianus, do lat. mons)
*Monomotapa*, antigo império da África Oriental, também conhecido por Benomotapa. (Cp. Benomotapa)
*Monsão*,
Fórma usual, mas inexacta, em vez de Monção.
(V. Monção)
*Monte-Estoril*, (*Mont'Estoril* é fórma affectada, sem justificação séria) o mesmo que Montestoril. povoação á beira do mar, nas vizinhanças de Cascaes.
*Montemór-o-Novo*, villa do Alentejo.
*Montemór-o-Velho*, villa do districto de Coímbra.
*Montestoril*, (*Mont'Estoril* é fórma affectada, sem justificação séria) povoação á beira do mar, nas vizinhanças de Cascaes.
*Mosa*, rio da França, da Bélgica e da Hollanda. (Lat. Mosa)
*Moscou*, (e não *Moscow*) grande cidade da Rússia.
*Moscóvia*,
Antiga designação portuguesa da cidade, que geralmente se chama Moscou.
*Mossuate*,
Designação portuguesa de Swazilândia.
*Murça*, villa trasmontana.—Parece que a orthogr. exacta sería Mursa. Pelo menos, os Portug. Monum. Hist., 600, chamam-lhe Musa.
} *Muscandon*, (v. Moçandão)
*Muscó*,
Fórma antiga de Moscou. Cf. Peregrinação, CXXVI.
*Mylas*, antiga cidade e pôrto, na costa setentrional da Sicília. (Lat. Mylae)
} *Myles*,
Fórma francesa, adoptada em livros portugueses, em vez de Mylas.
} *Mysore*, (v. Maiçôr) (T. ingl.)
N
} *Nagasaki*, (v. Nangasaque)
} *Nankin*.
Fórma estranha, em vez de Nanquim.
(V. Nanquim)
} *Nangasaki*, (v. Nangasaque)
*Nangasaque*, cidade do Japão. Cf. Peregrinação, Lucena, etc.
*Nanquim*, cidade da China.—Nankin não é fórma portuguesa. Cf. Barros, Déc. II, liv. X, cap. 1.
} *New-York*, (v. Nova-York)
*Niágara*, (e não *Niagára*) rio, que une o lago Erié ao Outário.
*Niassa*, lago e região da África Oriental.
*Nova-York*, cidade americana. (Ingl. New-York)
*Nyassa*,
Fórma injustificável, em vez de Niassa.
(V. Niassa)
O
*Oceânia*, uma das cinco partes do mundo.—A pronúncia Oceânia é a preferida pelos glottólogos.
*Oceanía*, uma das cinco partes do mundo.—A pronúncia Oceânia é a preferida pelos glottólogos.
*Odemira*, villa do Alentejo. A fórma archaica era Udemira. Cf. Port. Mon. Hist., 664.
*Odiana*,
Nome antigo do rio Guadiana. Cf. Inéd. da Hist. Port., I, 395.
*Ofir*, o mesmo que Dófar.
*Onéga*, lago da Rússia.—A pronúncia usual Ónega é errónea.
*Ophir*, o mesmo que Dófar.
*Oran*, cidade da Argélia, conhecida pelos nossos chronistas com o nome de Ourão e Orão. Cf. Jornada de África, XI.
*Orão*, o mesmo ou melhór que Oran.
} *Orissa*, (v. Orixa)
*Orixa*, (e não *Orissa*) região da Índia. Cf. Lusíadas, X, 120.
*Ormuz*, (v. Hormuz)
*Ourão*,
Nome português e antigo de Oran. Cf. Barros, Déc. I, liv. III, cap. 8.
} *Oxford*, (v. Oxónia)
*Oxónia*,
Designação portuguesa de Oxford, cidade inglesa. Cf. Peregrinação, etc.
P
} *Pahang*, (v. Pam)
*Pam*, (e não *Pahang*) cidade de Malaca. Cf. Lusíadas, X, 125; Barros, Déc., etc.
*Panane*, rio da Índia. Cf. Lusíadas, X, 55.—Os Ingleses e os nossos geógraphos inconscientes dizem Ponani ou Ponany.
*Paraguai*, nação hispano-americana.
*Paraguay*, (v. Paraguai, que é a fórma exacta).
*Parahiba*, cidade e região do Brasil.
*Parahyba*, (v. Parahiba)
*Paraíba*, cidade e região do Brasil.
*Paris*, (e não *Pariz*) cidade capital da França. (Fr. Paris, do lat. Parisii)
*Pariz*,
Fórma incorrecta de Paris.
(V. Paris)
*Parnasso*, nome clássico da montanha grega, que hoje chamam Liakura ou, em português, Liacura.
*Pedrogam*, Nome de várias povoações portuguesas.—Em lat. bárbaro, dizia-se Petrógonum. Cf. Port. Mon. Hist., 351.
*Pedrógão*, Nome de várias povoações portuguesas.—Em lat. bárbaro, dizia-se Petrógonum. Cf. Port. Mon. Hist., 351.
*Penedono*, villa da Beira-Alta.—A fórma antiga é Penedo Dono. Cf. Port. Mon. Hist., 498.
} *Pekin*,
Fórma estranha, em vez de Pequim.
(V. Pequim)
*Pequi*,
Outra fórma de Pequim. Cf. Peregrinação, CV.
*Pequim*, cidade capital da China.—Pekin é fórma estranha. Cf. Barros, Déc. III, liv. VI, cap. 1.
*Pérgamo*,
Nome, por que também foi conhecida a cidade de Tróia ou, antes, a sua
cidadella.
Cidade de Creta.
(Lat. Pérgamos)
*Pérsia*, grande região da Ásia central. (Cp. Achemênia)
} *Perúgia*,
Nome italiano de Perúsia.
(V. Perúsia)
*Perúsia*, (e não *Perúgia*) cidade da Itália. Cf. Ethiópia Or., II, 39. (Lat. Perusia)
*Perúsio*, (e não *Perúgia*) cidade da Itália. Cf. Ethiópia Or., II, 39. (Lat. Perusia)
*Pêso-da-Régua*, o mesmo que Régua.
*Petersburgo*, cidade capital da Rússia.
*Piauhy*, (v. Piauí, que é a fórma exacta)
*Piauí*, cidade e região do Brasil.
*Placença*, cidade da Itália. (Lat. Placentia, it. Piacenza)
*Placência*, cidade da Itália. (Lat. Placentia, it. Piacenza)
*Placência*, cidade da Espanha.
*Plateia*, (v. Plateias) (Lat. Plataea)
*Plateias*, cidade da Beócia. (Lat. Plataea)
*Pompeia*,
Designação vulgar, mas inexacta, de Pompeios.
*Pompeios*, antiga cidade italiana, uma das que no ano 79 foram arruinadas e cobertas pela lava do Vesúvio. (Lat. Pompeii)
} *Ponani*, (v. Panane)
} *Ponany*, (v. Panane)
*Pontével*, povoação portuguesa.
*Pôrto*, cidade de Portugal.
*Prasso*,
Nome antigo do Cabo-Delgado. Cf. Lusíadas, I, 43.
Q
*Quedá*, rio de Malaca. Cf. Lusíadas, X, 123.—Os nossos geógraphos estrangeirados dizem Kedah.
*Quíloa*, (e não *Quilôa*) cidade na costa oriental da África, ao sul de Zanzibar.—Prova-se com os Lusíadas que a verdadeira pronúncia é Quíloa; confirma-a a moderna fórma inglesa, Kilwa; e os próprios Moiros da costa africana também pronunciam Quíloa ou Kílua. «De Quíloa, de Mombaça e de Sofala…» Lusíadas, I, 54. «A destruída Quíloa com Mombaça.» Ib., V, 45.
R
} *Ras-al-Hadd*, (v. Roçalgate)
*Régua*, (melhór que *Régoa*) villa trasmontana, na margem direita do Doiro.
*Rèsende*, (e não *Resende*) villa da Beira-Alta. (Lat. bárbaro Ranusendi)
*Resende*, (v. Rèsende)
*Rife*, região montanhosa de Marrocos.
} *Riff*, (v. Rife)
*Rívoli*, (e não Rivóli), cidade italiana. (Do lat. Ripula)
*Roçalgate*, cabo da Arábia, sôbre o mar das Índias. Cf. Lusíadas, X, 101.—Nos mappas, Ras-al-Hadd.
*România*, (v. Romênia)
*Romênia*, nação europeia, entre a Áustria, a Rússia, a Sérvia e a Bulgária. Outros lhes chamam România ou Rumânia.
*Roterdão*, cidade da Hollanda.
} *Rotterdám*, (v. Roterdão)
*Ruão*, cidade da França. (Fr. Rouen)
*Rubicão*, pequena ribeira, que separava a Itália da Gállia Cisalpina, e que ficou célebre desde a invasão da Itália por Aníbal.
} *Rubicon*, (v. Rubicão)
*Rumânia*, (v. Romênia)
S
*Safim*, (v. Çafim)
*Sahará*, grande região da África, ao sul de Marrocos, Argélia e Tunes.
} *Saint-Omer*, (v. Santomer)
*Salcête*,
Fórma antiga e talvez exacta, em vez de Salsête, villa da Índia
Portuguesa. Cf. Boletim da Socied. de Geogr., XVI, 10.
*Saloníca*, (não Salónica) cidade da Romélia. (Cp. lat. Thessalonica)
*Salsête*, (v. Salcête)
*Samatra*, grande ilha da Oceânia.—Assim lhe chamaram sempre e assim escreveram os nossos antigos escritores. Sumatra é fórma moderna e errónea, transplantação inconsciente do inglês Sumatra, (que se lê Samatra). Cf. Filinto, Vida de D. Man., II, 255; Barros, Décadas; D. Lopes, Hist. dos Port. no Malabar, 72; Lusíadas, X, 124; Peregrinação, I, etc.
*Samora*, (v. Çamora)
*Sanchoão*, cidade chinesa.
*Santiago*,
Nome exacto de várias povoações portuguesas. Cf. Barros, Déc. I, liv.
III, cap. 9; Couto, Déc. IV, liv. III, cap. 3.
(Cp. S. Thiago)
*Sant'Iago*,
Nome exacto de várias povoações portuguesas. Cf. Barros, Déc. I, liv.
III, cap. 9; Couto, Déc. IV, liv. III, cap. 3.
(Cp. S. Thiago)
*Santomer*, cidade dos Países-Baixos. Cf. Viterbo. Elucidário, vb. Santaomé.
} *Sarabat*, (v. Hérmo)
*Saragoça*,
Escrita incorrecta, em vez de Çaragoça.
(V. Çaragoça)
*Satari*, (e não *Satary*) região da Índia Portuguesa.
} *Saxe*, (v. Saxónia)
*Saxónia*, um dos Estados alemães.
*Scalabicastro*,
Nome antigo de Santarém. Cf. Lusíadas, III, 55.
*Scandinávia*, (v. Escandinávia)
} *Shang-tschuan*, (v. Sanchoão)
} *Schindy*, (v. Ulcinde)
*Scútari*, cidade da Turquia Asiática, sôbre o Bósphoro.
*Seia*, o mesmo ou melhór que Ceia. (B. lat. Sena)
*Senegal*, Nome de um rio e de uma região da África Occidental.—Barros, Déc., chamou-lhe Çanagal ou Çanegá, que era talvez a fórma exacta.
*Serra-Cáspia*, montanha do Cáucaso. Cf. Lusíadas, III, 23.
(Nos mappas de hoje, Elburz)
*Setúbal*, cidade do districto de Lisbôa.—É desconhecida a origem da palavra. Em documentos antigos, há Setuval, Setuvel e, raramente, Cetuval. Cf. Portug. Monum. Hist., 634; Hist. Insul., I, 36. Circunstância curiosa: os Franceses dizem e escrevem Saint-Ubes.
*Setúval*,
Fórma antiga de Setúbal. Cf. Peregrinação, CXCIII.
} *Shanghae*, (v. Xangai)
*San-Thiago*, Orthographia usual, mas disparatada, em vez de Santiago ou Sant'Iago. Thiago é palavra moderna e mal escrita, ou mal deduzida da leitura da expressão Santo Iago. Admittida embora, é evidente que não deveria escrever-se com h. Mas Tiago, santo, êsse é que nunca existiu nem podemos inventá-lo. O lat. da Vulgata chama-lhe Iacobus, que, em port. e cast. deu Iago: Santo Iago ou Sant'Iago, ou Santiago. Qualquer destas fórmas é legítima. Cf. Filinto, Vida de D. Man., I, 143.
*Sernache*,
Nome de duas povoações portuguesas.
Parece que a fórma Cernache é a mais exacta; é pelo menos a mais antiga.
Cf. L. Cardoso, Diccion. Geogr.
(v. Cernache)
*Sernancelhe*, (cê) villa da Beira-Alta. Tem-se usado as duas variantes; Cernancêlhe porém é mais antiga e talvez mais exacta.
} *Shiraz*,
Fórma inglesada, indiscretamente usada por alguns, em vez de Xiraz.
(V. Xiraz)
*Siame*,
O mesmo ou melhór que Sião.
*Sião*, um dos Estados da Indo-China.
} *Sikok*,
Fórma bárbara de Xicôco.
(V. Xicôco)
} *Sikokf*,
Fórma bárbara de Xicôco.
(V. Xicôco)
*Sincapura*,
Outra fórma de Singapura. Cf. Conquista do Pegu, I.
*Sinfães*,
Orthogr. hoje usual, mas inexacta, em vez de Cinfães.
(V. Cinfães)
*Singapura*, cidade e ilha da Ásia.
*Sintra*, o mesmo ou melhór que Cintra. Cf. R. Pina, Aff. V, c. LI e XXXIV. villa do districto de Lisbôa.—Antigamente, pelo menos até o século XVII, só se usou a fórma Sintra e ás vezes Sintria ou Syntria, o que é poderoso argumento contra a fórma moderna Cintra, visto que o C e S iniciaes se não confundiam na pronúncia como hoje. Cp. Ceia.
*Socotorá*, ilha do mar das Índias.
*Sofala* ou *Çofala*, região da costa occidental da África.—Usaram-se dantes as duas fórmas, mas prevalecia a segunda, que é talvez a mais exacta. *Sófia*, capital da Bulgária. (Lat. Sóphia)
*Soisa*, (e não *Souza*), rio de Portugal. (Lat. bárbaro Sausa, Sause, Saussa)
*Soitomaior*, povoação do districto de Villa-Real.
*Sonda*,
Fórma afrancesada de Sunda.
(V. Sunda)
*Sóphia*, capital da Bulgária. (Lat. Sóphia)
} *Souakim*,
Fórma estranha de Suaquém.
(V. Suaquém)
*Sousa*, (e não *Souza*) rio de Portugal. (Lat. bárbaro Sausa, Sause, Saussa)
*Soutomaior*, povoação do districto de Villa-Real.
*Souza*, (v. Sousa)
*S. Petersburgo*, (v. Petersburgo)
*Sporades*, (v. Espórades)
*S. Thiago*, Orthographia usual, mas disparatada, em vez de Santiago ou Sant'Iago. Thiago é palavra moderna e mal escrita, ou mal deduzida da leitura da expressão Santo Iago. Admittida embora, é evidente que não deveria escrever-se com h. Mas Tiago, santo, êsse é que nunca existiu nem podemos inventá-lo. O lat. da Vulgata chama-lhe Iacobus, que, em port. e cast. deu Iago: Santo Iago ou Sant'Iago, ou Santiago. Qualquer destas fórmas é legítima. Cf. Filinto, Vida de D. Man., I, 143.
*Stockholmo*, capital da Suécia. A fórma portuguesa é Estocolmo.
} *Strasbourg*, (v. Estrasburgo)
} *Stuttgard*, (v. Estugarda)
*Suanquém*, o mesmo que Suaquém. Cf. Lusíadas, X, 97.
*Suaquém*, cidade da Núbia, sôbre o Mar-Roxo.—Os escritores menos escrupulosos dizem Suakin ou Souakin, á francesa.
*Sucre*, cidade americana, a que em compêndios de Geographia se dá o extraordinário nome de Assucar. (Do nome de José Sucre, primeiro presidente da républica da Bolívia).
*Sués*,
Outra fórma de Suez. Cf. Peregrinação, XI.
*Suez*, pequena cidade egýpcia sôbre o canal do mesmo nome.—Suez é a orthogr. usual; mas a or. do nome e a prática de antigos escritores nossos mostram-nos outra fórma, Çuez. Cf. Not. para a Hist. e Geogr., II, 246.
*Suíça*, o mesmo ou melhór que Suíssa. Nação europeia, entre a Alemanha, a França e a Itália.—A fórma, mais geralmente adoptada hoje, é Suíssa. Entretanto, as tradições da nossa língua e o estudo comparativo do alemão Schweiz, do cast. Suiza e do italiano Svizzera, levam os philólogos a praticar e aconselhar a fórma Suíça.
*Suíssa*, nação europeia, entre a Alemanha, a França e a Itália.—A fórma, mais geralmente adoptada hoje, é Suíssa. Entretanto, as tradições da nossa língua e o estudo comparativo do alemão Schweiz, do cast. Suiza e do italiano Svizzera, levam os philólogos a praticar e aconselhar a fórma Suíça.
*Sumatra*,
Fórma inglesada e inadmissível, em vez de Samatra.
*Sunda*, (e não *Sonda*) grande archipélago da Oceânia. Cf. Barros, e Couto, Décadas.
*Surate*, cidade da Índia Inglesa.
*Surrate*, o mesmo que Surate.
T
*Taígeto*, (e não tai-gé-to)
Nome antigo de uma escarpada montanha da Grécia.
(Lat. Taýgetus)
*Tâmisa*, (e não *Tamísa*) grande rio da Inglaterra. (Do lat. Tâmesis)
*Tânagra*, (e não *Tanágra*) antiga cidade grega. (Lat. Tânagra)
*Tanarife*, Fórma portuguesa antiga de Tenerife. Cf. Barros, Déc. I, liv. I, cap. 12.
*Tanganhica*, um dos grandes lagos da África oriental, que, nalguns livros nossos, apparece sob a fórma bárbara de Tanganyika.
*Tanganyika*,
(V. Tanganhica)
*Tânger*, cidade marroquina.
*Tângere*, o mesmo ou melhor que Tânger.
*Tartesso*,
Outro nome antigo do Guadalquivir.
*Tavila*, o mesmo que Tavira, cidade do Algarve. Cf. Lusíadas, VIII, 25; Inéd. da Hist. Port., I, 517.
*Taýgeto*, (e não tai-gé-to)
Nome antigo de uma escarpada montanha da Grécia.
(Lat. Taýgetus)
*Tchad*, (v. Chad)
*Tênedo*, ilhota, fronteira a Tróia. (Lat. Tênedos)
*Tenerife*, uma das ilhas Canárias. Fórma antiga, Tanarife.
} *Tetouan*, (v. Tetuão)
*Tetuão*, cidade marroquina.
} *Theáki*, (v. Íthaca)
} *Thibet*, (v. Tibete)
*Thomar*. É assim que se escreve hoje geralmente o nome de uma cidade portuguesa, talvez com o único fundamento, ou, antes, pretexto pueril, de se não confundir com o verbo tomar, da mesma fórma que muitos ingênuos assinam Motta, Mattos, Matta, Themudo, adulterando voluntariamente o seu nome com letras estranhas a êlle, para que êste deixe de sêr o que realmente é. Os documentos antigos trazem Tomar; e, desconhecida como é a origem, não há razão séria para a inclusão de uma letra que nada importa á pronúncia.
*Tiberíade*, antiga cidade da Galileia. (Lat. Tiberias, Tiberiadis)
*Tibérias*, (v. Tiberíade)
*Tibete*, grande região da Ásia central.
*Tíbur*, (e não *Tibúr*) antiga cidade italiana, hoje Tívoli. (Lat. Tibur)
*Tidor*, ilha do archipélago das Molucas. Cf. Barros, Déc., (passim).
*Tidore*, ilha do archipélago das Molucas. Cf. Barros, Déc., (passim).
*Tinge*,
Nome antigo da Tângere. Cf. Lusíadas, III, 77.
(Lat. Tinge, Tingi, Tingis)
*Tiracol*,
Fórma moderna de Tiracole.
*Tiracole*, povoação da Índia Portuguesa. Cf. Déc. IV, liv. VII, cap. 21.
*Tokio*, (v. Toquió)
*To-kio*, (v. Toquió)
*Tomar*,
Fórma racional e antiga, em vez de Thomar. Cf. Inéd. da Hist. Port.,
I, 199.
*Tombuctu*,
cidade ao sul do Sahará, conhecida dos nossos escritores antigos por
Tungubutu.
(V. Tungubutu)
} *Tonkin*,
Fórma estranha de Tonquim.
(V. Tonquim)
*Tonquim*, m. Região da Índia transgangética, outrora reino independente.
*Toquió*, moderna capital do Japão.—Também se diz Tóquio, mas os entendidos preferem Toquió.
*Trápani*, (e não *Trapâni* nem *Trapaní*) pôrto da Sicília. (Do lat. Drépanum)
*Trás-os-Montes*, (e não *Traz-os-Montes*) província de Portugal.
*Traz-os-Montes*,
Escrita errónea, e muito vulgar, em vez de Trás-os-Montes.
*Tróia*, antiga cidade e reino da Asia Occidental, também designada, especialmente entre os poétas, por Dardânia, Pérgano e Ílio.
} *Tsiampá*, (v. Champá)
*Túbinga*, cidade aleman.
} *Túbingue*, (v. Tubinga)
*Tunes*, cidade e região da África setentrional.—Melhór que Túnis. Cf. Filinto, Vida de D. Man., I, 82; Barros, Déc. I, liv. III, cap. 8.
*Tungubutu*, m. o mesmo ou melhór que Tombuctu. Cf. Barros, Déc. I, liv. III, cap. 8.
*Túnis*, (v. Tunes)
} *Turkestan*,
Fórma bárbara de Turquestão.
(V. Turquestão)
*Turquestão*, região da Ásia.
*Tutuão*,
Outra fórma de Tetuão, Cf. Lusíadas, IV, 34.
U
*Ulcinde*, região da Índia. Cf. Lusíadas, X, 106. (Nos geógraphos ingleses, Shindy)
*Uraes*, (v. Urales)
*Urales*,
Montes da Rússia, que separam a Europa da Ásia.
*Uruguai*, nação hispano-americana.
*Uruguay*, (v. Uruguai, que é fórma exacta)
V
*Valdevez*, Fórma usual do nome de uma villa do Minho.—Em documentos antigos, lê-se Valdeveis, o que parece justificar outra fórma, Valdevês.
*Valpaços*, villa de Portugal.
*Valpassos*,
(Fórma errónea. V. Valpaços)
*Vardar*, rio da Macedónia. (Cp. Áxio)
*Vêneto*, (e não *Venêto*) antiga região da Itália. (Lat. Vênetum)
} *Versailles*, (v. Versalhes)
*Versalhes*, cidade de França. (Fr. Versailles)
*Viana*, cidade do Minho; villa do Alentejo.
*Vianna*, cidade do Minho; villa do Alentejo. Antigamente, Viana. Cf. Port. Mon. Hist., 690.
*Viseu*, (e não *Vizeu*) cidade da Beira-Alta.—Vizeu é fórma affectada e sem justificação. Um erudito acadêmico, Oliveira Berardo, se bem me recordo, fala de um antigo lat. Visonium; mas ainda que êsse lat. bárbaro seja hypothético, o exemplo dos nossos mestres antigos e a característica pronúncia beirôa, não deixa dúvidas sôbre a correcta escrita da palavra.
*Vizeu*,
Fórma moderna, mas injustificável, de Viseu.
(V. Viseu)
} *Vosges*,
Nome francês dos Vosgos.
*Vosgos*, (e não *Vosges*) montes de França. (Do lat. Vosegus)